domingo, 13 de setembro de 2009

LUDOPÉDIO

Não costumo falar muito sobre futebol aqui neste espaço. Acho que, desde quando comecei com esta bagaça, falei só uma vez, sobre o Kaká. E nem foi, na verdade, sobre futebol. Naquela ocasião, eu cobrava do grande craque brasileiro uma postura mais responsável quando se manifestava sobre a Igreja Renascer, gangue da qual faz parte, de uma forma ou de outra. Mas não é sobre isso que vou falar hoje. Nesses dias de molho, por causa do meu pé quebrado, entre dois fechamentos corridos (trabalho sentado na cama, com o notebook no colo), algumas leituras e uma dezena de filmes (reassisti aos espetaculares "Os Imperdoáveis" e "Morangos Silvestres"), encontrei tempo para o futebol. Mais especificamente para a seleção brasileira, na reta final de preparação rumo à Copa do Mundo. Sempre gostei muito de futebol e jogava relativamente bem, até me aposentar - na verdade, a modéstia me impede de dizer mais, de como eu tratava a bola com fineza, habilidade, intimidade, um verdadeiro estilista. Na infância e na primeira parte da adolescência, era um fanático. Jogava futebol todos os dias, sem falhar um. Era na escola, no clube, na rua (naquela época, anos 70, isso era perfeitamente possível numa rua de Pinheiros, bairro onde moro até hoje), na igreja em frente ao meu prédio (era de mórmons e eu tinha que me segurar para não falar uns sonoros palavrões, o que era proibido). Depois, fui pegando birra de algumas coisas no futebol. Paradoxalmente, a primeira delas é o fanatismo. Abomino torcidas organizadas. O nome, na realidade, é um eufemismo. Trata-se de hordas de animais, vândalos, bandidos que se juntam para praticar crimes. Há uns 10 anos, mais ou menos, na saída de um estádio, assisti a uma cena deplorável: cinco ou seis "torcedores" uniformizados cercaram um senhor de meia idade e o fizeram, debaixo de porrada, tirar a camisa de seu time. Tudo isso na frente do filho, que via tudo aterrorizado. Desde esse dia, prometi que nunca mais pisaria num estádio. Pelo menos até o dia em que não restasse mais nenhuma torcida organizada neste país. Portanto, ir a jogos de futebol é algo que está fora das minhas opções de lazer já há algum tempo. Prefiro a versão amigos + cerveja, na casa de alguém ou num boteco com TV. (Mas não curto esses bares temáticos com telão, acho muito mauricinho e não me simpatizo com a frequência.) Tudo isso pra dizer que me ocupei, nesses dias de estaleiro, a pensar na seleção brasileira. E como todo brasileiro é um técnico, e eu sou brasileiro, logo... Se o Dunga for esperto (e, embora arrogante, acho que ele é), o escrete que vai à Copa é o seguinte:
Goleiros: Júlio César (The Wall), Doni e Qualquer Um - O terceiro é absolutamente irrelevante.
Zagueiros: Lúcio, Luisão, Miranda (craque) e Juan (se tiver perna).
Alas: Daniel Alves, André Santos, Maicon e Kléber.
Meio-campistas: Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano, Kaká (O Maestro), Julio Baptista, Hernanes (craque). Ainda sobra uma vaga, para um primeiro-volante, mais defensivo.
Atacantes: Robinho (é uma fraude, mas ainda não descobriram), Luis Fabiano (o dono da 9), Adriano (se fizer merda fora de campo, como costuma fazer, pode perder a vaga para o Ronaldo Gordo) e Nilmar (outro craque, como há muito venho dizendo). Reparem que enganadores como Ronaldinho Gaúcho e Alexandre Pato não têm lugar aqui.
O time titular:
1 - Júlio César
2 - Daniel Alves (Maicon)
3 - Lúcio
4 - Luisão
6 - André Santos
5 - Gilberto Silva
8 - Felipe Melo
7 - Elano (Daniel Alves - gostei desse formato)
10 - Kaká
9 - Luis Fabiano
11 - Robinho (não sei se consegue enganar até a Copa, deve perder a posição para o Nilmar que, repito, come a bola).
Não é a oitava maravilha, mas dá pra trazer o caneco. É isso.

5 comentários:

Marcio Algranti disse...

Vc deu uma puta volta e escalou a mesma seleção titular do DUNGA!
Me lembro de seu futebol de criança e não tenho dúvidas que escolher a carreira artísitica foi um acerto!
Abcs

Mário Viana disse...

como eu não manjo xongas de futebol, embora torça pelo corinthians, só me resta torcer pela sua melhora e rir do comentário do marcio algranti. Sinceridade é isso!

guto disse...

Li até o ponto em que o senhor dizia ter jogado muita bola. Ali vi que prosseguir seria perder meu tempo...

Anônimo disse...

Paulinho

Você jogava bem sim, pois em terra de cego quem tem um olho.....mas você era fracote semi-anão e bastava um jogo de corpo e vc perdia a bola.

Concordo sobre o Robinho, um puta triatleta: corre, pelada e NADA !!!!

Agora lamentável vc indicar o Doni. Tá louco.

Lamento apenas que você esqueceu de citar outro importante local de peleja: os fundos do meu prédio. A gente chutava a bola por cima do muro e tinha que ir pegar a bola no "barraco" do Kojak (lembra ?).

Eu também não ia num estádio há anos. Mas ai o Timão foi para segundona, surgiu um sentimento diferente e voltei a frequentar. E agora tem aquele esquema de Sócio Torcedor e tenho ido bastante, até meu pai tem ido comigo (ele não ia a um estádio há 30 anos). É muito legal avô, filho e netos todos juntos num programa. Fomso contra o Internacional, Bambis (vitoria humilhante), Botafogo, etc...

E temos o RONALDO !!!!!!!!!!

Abrassunda

Mané

Paulo Cunha disse...

Meus caros, obrigado pelos comentários. Quanto à seleção, não há o que discutir. Cada brasileiro é um técnico em potencial. Quanto ao meu futebol, acho que o Marcio quis dizer que eu praticava o futebol-arte, por isso a opção pela carreira artística. Não é isso, Chacrinha? Agora chega de modéstia: eu jogava pra caralho! Abraços a todos!